A NOITE DE NATAL
O Natal, na verdade, é um período de 12 dias que começa no dia 25 de dezembro e se estende até a Epifania (manifestação de Deus a todos os povos), no dia 06 de janeiro, conhecido como “Dia de Reis”. A festa do Natal e os 11 dias que se seguem celebram o nascimento de Jesus, a vinda do Messias prometido, o Emanuel, que mostra em forma humana e prática o amor de Deus por toda a humanidade.
Outra verdade é que todo mundo sabe que Jesus não nasceu, de fato, no dia 25 de dezembro. A celebração do Natal em 25 de dezembro foi oficializada somente no ano 570 d.C.. O dia escolhido foi o “Solstício de Inverno” do hemisfério norte, dia em que o sol passa por sua maior declinação boreal, isto é, alcança, ao meio dia, o ponto mais baixo do céu, e cessa de afastar-se do equador. Esse é o dia mais curto do ano e com a noite mais longa. A partir dessa data os dias começam a alongar-se novamente e as noites diminuírem progressivamente.
Outros povos comemoravam esse dia com festas e cerimônias de fertilidade, adorando o “Sol Invictus” (Sol Invencível). O símbolo é óbvio: o sol, que parecia derrotado subindo no horizonte cada dia menos, “recupera-se” a partir desse dia e recomeça sua escalada vitoriosa até o ponto mais alto do céu.
Alguns comemoravam essa data adorando o deus sol; os cristãos, como reação, passaram, nesse mesmo dia, a comemorar o nascimento de Cristo, o verdadeiro Sol da Justiça e da Graça, a Verdadeira Luz do mundo! Simplesmente escolheu-se essa data para comemorar o evento para colocar Cristo no lugar que lhe é devido. Isso parece incomodar grandemente alguns líderes religiosos que resolveram abolir da comunidade que lideram qualquer comemoração de Natal.
Talvez isso aconteça porque se conhece apenas uma parte da história do Natal, por sinal, não necessariamente a melhor ou mais importante para nós cristãos, que queremos nos preocupar mais com a pessoa do aniversariante do que com a festa de aniversário patrocinada pelo comércio. Jesus é a Luz do mundo e o grande Salvador da humanidade, e é isso que celebramos!
O PAPAI NOEL
Acredita-se por aí que ele é a “encarnação do diabo dentro dos lares dos cristãos”, e se tornou, portanto, a figura mais “temida” em alguns meios religiosos. Contudo, o que se pode ser dito é que falta muito conhecimento sobre o Sr. Papai Noel, essa figura simpática e bonachona do natal estadunidense.
A figura do velhinho de roupas vermelhas com abas de couro guiando seu trenó surgiu em 1.822 nos Estados Unidos com o conto popular dos escritos de Clement Moore. O autor cristão se inspirou na pessoa de São Nicolau, um bispo do século IV da igreja cristã na Ásia Menor. Ele era um homem de aparência austera, mas com a reputação de grande generosidade. Ele dava presentes aos amigos e a todos da sua comunidade para celebrar o nascimento de Jesus, o verdadeiro natal. Era uma expressão de alegria pela data tão festiva e pela gratidão que ele tinha pela vinda do menino Jesus ao mundo.
A figura tornou-se bem mais popular em 1863, quando o famoso cartunista americano Thomas Nast a fez chegar a todos os níveis da sociedade e em todas as partes do mundo.
A ÁRVORE DE NATAL
Quanto ao maior símbolo plástico do Natal, a árvore enfeitada chamada de “árvore de natal”, recebe grande antipatia por parte de alguns segmentos cristãos. Além das lendas mais populares sobre a Árvore de Natal, há origens bem mais importantes para nós cristãos, também bem menos conhecidas. Sua origem está nos costumes da “Árvore do Paraíso”, usada em lares e igrejas na época do Natal na Europa do século XI. Era a representação da “Arvore da Vida” plantada no meio do Éden, no começo dos tempos (Gênesis 2.9) e encontrada no centro da Nova Jerusalém, na consumação dos séculos (Apocalipse 22).
A ideia da Árvore de Natal como “Árvore da Vida” associa-se ainda à “Árvore da Cruz” (1 Pedro 2.24). É a ideia do madeiro (ou como no grego “Tronco”) sobre o qual “Cristo levou os nossos pecados no seu corpo”. Nesse caso, a árvore que celebra o nascimento aponta já para o calvário, a cruz, razão maior da vinda daquela criança tão especial. De forma singela, é mais um símbolo da cruz.
Outro conceito importante é o da “Árvore Cósmica”, da igreja primitiva. Por ser cósmica a dimensão da morte de Cristo no calvário, a cruz era tida como a “Árvore Cósmica”, estendendo-se das profundezas da terra até os mais altos céus, alargando para os lados. Tratava-se, pois, de uma forma de exprimir o sentido cósmico (universal) da crucificação, no seu efeito de redimir toda a criação do poder do pecado e da morte, restaurando-a à relação original com Deus. Vem a ser, assim, a “Árvore da Salvação”.
A Árvore de Natal guarda ainda a semelhança com a “Árvore da Luz”, do judaísmo. No Antigo Testamento a “Árvore da Vida” era representada pela amendoeira, que, na brancura de suas flores, em pleno inverno, prenuncia a chegada da Primavera. Segundo o modelo da amendoeira, Deus instruiu Moisés quanto à feitura do castiçal de sete lâmpadas para o Tabernáculo, o Menorah (Êxodo 25.31-40). Assim, no Menorah o simbolismo da “Árvore da Luz” e o da “Árvore da Vida” se correspondem.
Não é difícil concluir que podemos recuperar sentidos mais profundos para a Árvore de Natal em nossos lares e igrejas, do que simplesmente os símbolos pagãos aos quais ela costuma ser associada. Há riqueza de ideias que nos lembram que no coração do Natal estão a Cruz e a Ressurreição.
Se Jesus apenas tivesse nascido e morrido, ele teria nascimento e morte similares a todos os líderes religiosos posteriores a ele. O enorme diferencial é exatamente a ressurreição. O Natal, portanto, aponta para a cruz, antevê a cruz, considera a cruz. A Árvore de Natal nos revela o tronco, antecipa o madeiro: materializa a cruz.
Outro aspecto é sobre os enfeites na árvore. Eles têm lugar na história através da experiência do grande reformador Martinho Lutero. Ele, num bosque, observou a beleza dos pinheiros (verdes em meio ao duro inverno) cobertos de neve e a luz das estrelas em suas folhagens. Levou a ideia para casa e “multiplicou” tal beleza colocando velas acessas em seus ramos para a celebração do Natal.
Como a árvore nos remete a Cristo e sua redenção para a humanidade, como já dito, há motivos suficientes para colocarmos enfeites diversos e coloridos em nossas árvores, tornando-as mais belas e valorizadas.
O DAR PRESENTES
Esta prática é bem antiga no meio cristão. O argumento remonta no episódio da visita dos magos do oriente ao menino Rei, narrada em Mateus capítulo 2. Os sábios pagãos do oriente trouxeram presentes para o Senhor Jesus, o Salvador, o Messias de Deus, o monarca do Universo.
Hoje presenteamos uns aos outros relembrando o maior presente de todos os tempos – o filho de Deus. Damos aos nossos amigos e parentes presentes para lembrar que Jesus é o maior presente que alguém pode receber.
CONCLUSÃO
Muitos cristãos evangélicos se mostram muito amargos para com o Natal, ou muito temerosos com sua celebração. Compreendo que há certa razão para tal atitude, percebendo que há, sim, muitos exageros comerciais no período de Natal, mas não devemos permitir que a importância dessa data seja diminuída. Essa é uma das maiores festas do cristianismo e devemos preservar sua grande importância. Alguns cristãos puritanos e calvinistas não celebram o natal em represália aos abusos e exageros, o que pode ser considerada uma atitude muito drástica e sem propósitos. É fato que não podemos aceitar os conceitos mercadológicos abusivos do Natal, mas também não devemos deixar que os símbolos que retratam tão bem a encarnação do Deus Vivo venham a ser extintos do nosso meio.
Precisamos, sim, é ensinar nossas crianças, nossas igrejas, nossa comunidade, sobre o verdadeiro significado e sentido do Natal. Não há nada de mal em celebrarmos o Natal com todos os símbolos relacionados a ele, a não ser que eles tomem o lugar central do natal, que deve ser a pessoa de Jesus. A importância e relevância do Natal é o nascimento de Jesus Cristo. Devemos rejeitar uma inversão de valores deste presente século, onde celebrar o natal é somente comida, bebida e presentes. Isto não é Natal! Natal é muito mais do que isso. Natal é verdadeiramente Natal, com ou sem presentes, com ou sem comilança, com ou sem bebidas e doces. Natal é Natal porque Jesus veio ao mundo, porque Jesus nasceu!
O nascimento do Filho de Deus deve ser comemorado e celebrado, entendido e compreendido, ensinado e proclamado, com toda a alegria e exultação, como os anjos disseram naquela memorável noite, narrado no Evangelho Segundo Lucas 2.10-11:
“Eis aqui vos trago boas novas de grande alegria,
que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu,
na cidade de Davi, o salvador, que é Cristo, o Senhor.”
Portanto, celebremos com alegria e muito júbilo, sem medo ou ansiedade, o nascimento do Salvador do mundo, o nosso Senhor Jesus Cristo, o Emanuel, o Deus Conosco.
Feliz Natal a todos!