Qual o benefício, para a igreja, do tal do “eles e elas”? Tenho muito frequentemente visto esse tratamento do “eles e elas” nas falas dentro da igreja. O “eles e elas” é a demonstração linguística que estamos falando com TODOS, portanto com cada um dos homens e mulheres da comunidade.
Bem sabemos que a diferença entre homens e mulheres é imensa, se você já cresceu um pouquinho sabe bem disso e como podem ver na mídia, e sem querer entrar em polêmicas, deixar de ser “ele e virar ela” e deixar de ser “ela e virar ele” requer muita dor, cirurgia, medicamento, processo judicial e tantas outras coisas que só quem fez a mudança é que sabe. Não dá para sermos mais diferentes do que isso, homens e mulheres, ponto. Para quê acentuar ainda mais as diferenças? Para quê nos colocar a cada sermão, oração, citação em lados opostos?
Livre interpretação e fruto da minha rica imaginação, penso em Deus cruzando e descruzando as pernas (como eu faço, claro) numa clara manifestação de indignação a cada vez que ouve um “eles” e “elas” dentro da igreja. Para Deus somos, ou o seu povo (salvos pela graça) ou o povo que ainda precisa ser alcançado pela graça salvadora de Jesus Cristo. Ele nos olha e vê, não homem e mulher mas indivíduos, nos vê pessoa. Acho a coisa mais linda e chego a me arrepiar quando Maria Madalena chega ao túmulo e é chamada pelo nome por Jesus… É a minha redenção!
Disse ele: “Mulher, por que está chorando? Quem você está procurando?” Pensando que fosse o jardineiro, ela disse: “Se o senhor o levou embora, diga-me onde o colocou, e eu o levarei”.
Jesus lhe disse: “Maria!” Então, voltando-se para ele, Maria exclamou em aramaico: “Rabôni!” – que significa Mestre (João 20:15,16). Vou ser chamada pelo nome!
Deus nos vê além de indivíduos, parte do corpo. Deus olha para a igreja e não faz a seguinte chamada: “eles” 50, “elas” 86. Não! Deus olha para a igreja e vê: mãos, pernas, boca, pulmão, coração, SEU! Vê SEU Corpo reunido. Não interessa que sejam percentualmente mais mulheres que homens, e nem mesmo que sejam homens e mulheres, interessa que o reino seja estabelecido e compartilhado com outros.
Quando ouço o tal “eles e elas” tenho o vontade de sair correndo e gritando para as montanhas… Não me identifico! Sou um, igual a todos os outros. Somos todos um!
Presbítera Gabriela Diniz