As Escrituras, tanto no Primeiro, quanto no Segundo Testamentos, afirmam que tudo o que existe é criado. O Salmista diz “Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca…Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo surgiu (Sl 33.6,9). E o apóstolo repete “pois nEle foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos sejam soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Cl 1.16).
Também afirmam que a criação é a partir do nada, que nada existia antes de Deus. É assim no primeiro versículo da Bíblia: “no princípio”, “no começo Deus criou os céus e a terra”, é assim no ensino apostólico “Ele é antes de todas as coisas” (Cl 1.17). Não parece haver espaço para afirmar que a matéria (os átomos), ou o imaterial (a alma, os anjos), existiam antes de Deus, ou coexistiam com Ele. Gênesis a Apocalipse afirmam sem vacilar que Deus é eterno, o restante, não.
E esta é uma das consequências deste fato: apenas Ele é eterno. Tudo o mais passou a existir em um dado momento, e pode deixar de existir. E tudo o que existe, permanentemente depende dEle para continuar a existir (Cl 1.17).
Outra consequência: não importa quão solitários possamos estar, ou vivenciar momentos de nossas vidas, Ele está presente; no planeta superpovoado, ou no vazio do espaço, Ele lá está (vide o Salmo 139).
Terceira consequência: se “todas as coisas são conservadas em ordem e harmonia” (Cl 1.17, versão na linguagem de hoje) pela Sua ação, tudo tem um propósito, uma razão de ser, uma lógica, um motivo. Não há acaso, não há sorte, não há coincidência. No nosso sofrimento, frente ao mal em grande escala (o holocausto da Segunda Guerra, Hiroshima e Nagasaki, crianças sendo feitas soldados no meio de guerras civis intermináveis) ou frente ao mal que atinge poucas pessoas (o pai que mata o filho a pauladas, por exemplo), há nossa ignorância sobre o “por quê” – mas não há ausência do Deus que é Amor.