Algumas questões iniciais têm que ser abordadas. Não há, na Bíblia, evidências de que dois princípios eternos e igualmente poderosos disputem o poder eternamente, o bem e o mal (esta ideia é chamada de dualismo). Há apenas um Ser absoluto, o Deus que nos é revelado como Triúno. Segunda questão: enquanto Absoluto, Ele não pode ter sido pego “de surpresa” pelo pecado. Terceira questão: Ele mesmo não peca, e não induz ninguém a pecar.
Como o pecado surgiu? Uma boa pergunta! Nós, reformados, entendemos que nada acontece sem que Deus assim o decrete. Mas as Escrituras raramente revelam Suas motivações.
Por outro lado, a história de Adão e Eva mostra de modo claro, que a desobediência de ambos foi um ato soberano, independente, autônomo. Não foram a ele coagidos, obrigados, mas optaram pela desobediência após um período de reflexão, onde parece que passaram por três etapas diferentes até a concretização do mal. A primeira, duvidaram que Deus fosse a fonte da verdade – aceitaram a hipótese de que nem tudo seria como Ele afirmou que seria. A segunda, duvidaram que Deus fosse o padrão para avaliar as escolhas morais, optando por estabelecer seu próprio desejo como o padrão. A terceira, concluíram ser mais do que realmente eram, concluíram lhes ser possível a igualdade com o Criador.
Figurativamente ou não, um dos ensinamentos de Gênesis 3 é exatamente este: só há um responsável pela queda, o gênero humano. E, como já comentado anteriormente, não há nenhum ser humano que não peque (exceção única, Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus).