Os Evangelhos, principalmente Mateus e Lucas, descrevem o nascimento de Jesus. Seguindo o que já fora avisado séculos antes, a virgem concebeu e deu à luz um filho. Os evangelistas são claros a este respeito. Quando Maria é notificada (Deus não lhe pede sua concordância, não pergunta sua opinião – apenas lhe conta que fora a escolhida por Ele) que engravidaria, ela questiona o anjo: “como posso engravidar se não tenho vida sexual ativa?” A resposta é clara: “o Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Assim, aquele que há de nascer será chamado Santo, filho de Deus.” (Lc 1.35).
Garantia adicional é dada pelo comportamento do noivo, José – que chegou a cogitar de abandonar a noiva que, por algum tempo, pensou que lhe fora infiel. Segundo as Escrituras, após ter sido esclarecido pelo anjo do caráter miraculoso daquela concepção, recebeu Maria como esposa, mas não teve relações sexuais com ela até após o nascimento de Jesus.
A concepção miraculosa de Jesus tem implicações na compreensão de quem nosso Deus Triúno é e como Ele escolheu atuar.
Sendo Jesus filho de Deus e filho de Maria, Ele é, simultaneamente, Deus e homem. Perfeitamente capaz de compreender qualquer ser humano em qualquer época. Perfeitamente ciente do que é ser Deus. Perfeitamente capaz de fazer o que Adão e Eva não o foram. Sendo filho de Deus e de Maria, nasce sem pecado – a linhagem de Adão e Eva é interrompida, mas Ele ainda é humano. Protegido pelo Espírito, não herda o pecado original através de Maria. Perfeitamente capaz de se oferecer como pecado por nós, sem tê-lo experimentado.
Sendo miraculosamente concebido, mostra que toda a ação salvífica pertence a Deus, e somente n’Ele tem origem.