Palavra fora de moda nos círculos não cristãos (e até mesmo cristãos têm evitado usá-la), pecado pode ser definido como o não cumprir o disposto de Deus para nós. As Escrituras colocam de forma sintética: “pecado é a transgressão da lei”. É não cumpri-la, em qualquer dos seus aspectos. Em última análise, é viver em desacordo com a Vontade do Criador.
Mas e o direito humano à autonomia, a ser “dono do próprio nariz” e a ninguém prestar contas?
Autonomia tem, aqui, dois relacionamentos diferentes. De um ser humano com outro, e do ser humano para com Seu criador.
Se todos os seres humanos vivessem sem levar em consideração os interesses do próximo a raça humana estaria extinta. Eu pensar apenas em mim, excluindo o outro, me faz solitário, incapaz de executar todo o meu potencial, porque o outro é necessário para que isso aconteça. E o outro somente atingirá todo o seu potencial se puder contar comigo. Ou seja, a autonomia humana é limitada pela nossa dependência mútua. Usando o ditado popular, o limite da minha autonomia é a autonomia do meu próximo.
O relacionamento entre nós, humanos, é um relacionamento entre iguais, mesmo que haja diferenças sociais, econômicas, culturais e outras. Mas, em termos de valor, todos os humanos têm o mesmo. Podemos imaginar nosso relacionamento com o Criador da mesma forma?
Deus é radicalmente diferente de nós, tão diferente que não conseguimos fazer uma ideia razoável de como Ele é. Ele se revela, parcialmente, a nós, e, assim, podemos ter um rápido vislumbre de como Ele é. Cabe falar de autonomia numa relação tão desigual?
Quando alguém se imagina autônomo em relação ao Criador, imagina que tudo o que foi por Ele criado é submisso a esse alguém. Se não devo satisfação àquele que me trouxe à vida, à existência, a quem deveria?? Transgredir a Lei é, de certa forma, negar os objetivos que Deus tinha / tem com a criação. E, assim fazendo, a criatura supõe-se superior Àquele que o criou…Um pouco ridículo, não?