Opto pelo simples! Assim escrevo. Escolho também a familiaridade e a pessoalidade para este texto, assim espero me comunicar eficazmente com você, que o lê.
Sal e luz me tocaram nesta semana, me tocaram as palavras de Jesus Cristo registradas por Mateus, nos capítulos 5, 6 e 7 de seu evangelho. Sal e luz iniciaram um dos sermões mais conhecidos de Jesus, talvez o mais conhecido. Uma figura de linguagem simples, familiar e pessoal. Conhecida por todos os ouvintes do famoso “Sermão do Monte”, muito conhecida também por nós.
Instruindo seus discípulos Jesus disse que eles eram o sal da terra, que não poderiam perder a eficácia de sal e que eram também a luz do mundo, luz que deveria ser vista por todos através das boas obras, para que o Pai fosse glorificado por cada uma delas, um simples resumo.
O texto é muito conhecido, conhecido demais, familiar demais, parece-nos pouco demais para um sermão, para uma reflexão e para uma pastoral! Assim nos esquecemos do evangelho simples demais de Jesus Cristo, ele também nos é familiar demais e corre o risco de também ser pouco demais para nós que tanto queremos na existência.
Penso que uma nova queda se faz necessária aqui, a da arrogância e da autonomia para a simplicidade da verdade que transforma, que confronta, que muda, que promove novas possibilidades e que traz vida. Pensemos então na comparação que Jesus faz, Ele não se refere a apenas os presentes fisicamente naquele momento histórico, Ele também se refere a todo o seu povo, toda sua igreja na história, por todos os séculos, inclusive a mim e a você, como sal e luz. É de nós que ele também falou.
Jesus nos comparou com o sal sobre a terra. Uma substância formada pela combinação de dois elementos químicos, o cloro e o sódio, que, se separados, não cumprem a função de sal. Juntos eles formam o cloreto de sódio, o sal de cozinha existente em nosso dia a dia, mais uma vez a familiaridade e a simplicidade se estabelecem. A natureza desta substância já nos ensina muito, somos interdependentes! Não cumpriremos nosso papel sozinhos; mas juntos podemos transformar realidades. Tudo o que é tocado pelo sal, na boa medida, tem sabor, é preservado, não putrefaz, é conservado, é limpo, puro; até antisséptico o sal é. Juntos somos instrumentos divinos de geração de transformação em tudo o que tocamos. Assim deveria ser, simples assim. Penso que para esta figura de linguagem se tornar realidade, é necessário que nos misturemos com a sociedade e nos dissolvamos nela. Assim acontece com o sal, ele deve se dissolver, morrer ao ser esfregado onde pretende agir.
Jesus disse também que somos luz deste mundo, luzeiros; eu diria, refletores da luz d’Ele, apenas refletores, sem luz própria, mas refletindo uma luz muito forte e poderosa através de cada ação, de cada atitude de boa obra em nosso dia-a-dia, em cada lugar que cada um de nós estiver e interagir; luz nos remete ao conhecimento, à visibilidade, claridade, segurança no caminhar, certeza na direção, calor e vida. Isto é o que devemos ser, cientes de nosso papel como luzeiros sobre este planeta.
Que o Cristo nos conduza nesta sublime tarefa d’Ele, salgando e iluminando o mundo sempre!
No amor de Pai Eterno.
Reverendo Jorge Diniz