Com o crescimento e a expansão da igreja, no primeiro século, surgiram múltiplas necessidades relacionadas com a organização, a edificação, a evangelização e a beneficência. Sob a direção do Espírito Santo, os apóstolos promoveram, em Jerusalém, a eleição de diáconos; depois, constituíram presbíteros e presbíteras em cada cidade onde se estabeleceram as novas igrejas (At 6.1-7; 14.22-23; Tt 1.5; Rm 16.1-7).
Com a bênção de Deus, crescem também as nossas igrejas nos tempos atuais. As exigências do ministério se multiplicam. Temos necessidades de presbíteras, presbíteros, diaconisas, diáconos e da cooperação de todos os eclesianos e eclesianas; afinal compreendemos o exercício do sacerdócio de todos os santos. Servir no diaconato ou no presbiterato é resultado de vocações dadas por Deus, do reconhecimento da igreja e é grande privilégio e responsabilidade.
No Novo Testamento encontramos referências aos “presbíteros/as” e “diáconos/isas”. “Presbítero/as” aponta para os mais experientes, anciãos e anciãs que cuidavam da igreja. O costume de escolher os mais experimentados para ajudar na liderança do povo de Deus remonta à época em que Moisés nomeou setenta anciãos para ajudá-lo na condução do povo de Israel, no deserto (Nm 11.15-17). Posteriormente, no Judaísmo, cada sinagoga veio a ter os seus anciãos. Eles presidiam a congregação, cuidavam do povo e disciplinavam quando necessário, conciliavam os inimigos, exerciam a supervisão material e espiritual. “Diácono/isa” significa ministro ou servo. Diakonia, que aparece mais vezes no Novo Testamento, significa serviço, ministério. Não se refere apenas ao ministério hoje atribuído à Junta Diaconal. Paulo descreve Epafras como diakonos ou ministro de Cristo” (Cl 1.7), Febe como diaconisa (Rm 16.1-2) e a si mesmo como diakonos ou ministro do Evangelho e da igreja (Cl 1.23,25). O relato em Atos 6, sobre a escolha dos primeiros diáconos para supervisionarem a distribuição de recursos entre as viúvas judias e gregas de forma justa e igualitária, é reconhecido como o momento histórico da instituição do diaconato. Este é o primeiro exemplo de entrega de responsabilidades administrativas e sociais, a homens dotados de caráter, dons apropriados e eleitos pela igreja. Tornou-se um procedimento típico nas igrejas gentias.
Importante considerarmos que o estabelecimento de liderança na igreja atravessou tempos preconceituosos e machistas e que, em Cristo, acabam as distinções étnicas, sociais e sexistas: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). A tríplice ordem do pastorado, presbiterato e diaconato são funções ordenadas por Deus, antes de tudo, através de um dom, de uma vocação. Foi também a uma mulher que Jesus confiou o primeiro “ide” após Sua ressurreição (Jo.20.17). Paulo, o apóstolo, registra liderança feminina na igreja primitiva, como Febe e Priscila (Rm 16.1-7) e hoje, com a graça de Deus, compreendemos a capacidade feminina em exercer qualquer papel antes atribuído somente aos homens.
Confiemos no Senhor e no estabelecimento de oficiais e oficialas segundo o coração d’Ele.
Reverendo Jorge Diniz