O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). A salvação de Deus chega para os seus filhos por intermédio da fé, a escritura nos afirma isto e a tradição protestante também. Mas o que significa ser salvo pelo poder de Deus? Ele está nos salvando de quê exatamente?
Podemos fazer uma lista, sem esgotá-la, e veremos que Deus nos salva de muitas coisas. Salva-nos da condenação eterna (Rm 8.1), salva-nos do afastamento d’Ele (Lc 11.9), salva-nos dos pecados e delitos (Ef 2.1), salva-nos das vontades egoístas (Gl 2.20), as quais militam contra o espírito, salva-nos da insegurança e do medo (Sl 27.1), salva-nos das injustiças (Is 58.6), salva-nos do ódio (1Jo 3.14), salva-nos de nossas questões existenciais (Hb 4.12), salva-nos de todo o perigo e maldade acometida pelo homem (Jr 20.13). A lista de salvamentos é muito maior do que podemos citar aqui, mas há um caráter ruim e exclusivo, que como um câncer ainda permanece entre nós, do qual Deus tem nos livrado: a arrogância.
A palavra de Deus nos afirma, em várias passagens, que o Senhor, em sua essência, odeia a arrogância (Pv 8.13; Sl 10.2; Is 13.11; Is 2.7; 2Pe 2.17; Sl 75.5; Pv 16.18; 2Re 19.28). A arrogância é contra a virtude da simplicidade. O evangelho traz aos corações o despir do ego, da arrogância. O lançar a mão de nossas vontades. Nós não devemos almejar ser como Deus, pois nunca fomos chamados para tal feito, adotemos então a postura de alguém que encontrou na boa nova o caminho de ser como o Cristo: simples como Ele é! Simples como Ele foi! Podendo, resolveu não poder. Sendo, resolveu não ser, para que em tudo, Deus se fizesse pequeno na pessoa do Cristo, a fim de mostrar a mim e a você o poder da virtude do ser humilde.
Devemos buscar esta virtude incessantemente, pois mais do que antes, o homem moderno é acometido pelo sistema globalizado, no qual, encontrou nele as facilidades de buscar informações, de alcançar os seus desejos materiais, e caso obtenha este caminho como único foco, tornará um competidor no mundo da arrogância. Cristo não quer isso de nós!
Cremos, com convicção, na simplicidade da mensagem do evangelho. Fomos convocados a amar o inimigo, a andar duas milhas em vez de uma, quando emprestar esqueça o que foi emprestado, a chorar com os que chorão, a abandonar a “Manom” e a andar como se não possuíssemos nada, como peregrinos e forasteiros servindo a Deus que se fez homem e nos ensinou a sermos livres da arrogância! Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos conduza à simplicidade!
Seminarista Lucas Faccio