Fazemos parte de um mundo que procura medir, demonstrar e justificar os acontecimentos e fenômenos. Sofremos influência do conhecimento científico e somos herdeiros da cultura greco-romana ou helenismo.
A igreja cristã também sofreu essa influência no início do primeiro milênio, o qual é perceptível em diversos textos do Novo Testamento e, até hoje, buscamos construir certas definições a partir do modo de pensar herdado da cultura greco-romana.
Tal é o que acontece quando falamos de Soberania de Deus. De difícil compreensão para o ser humano, buscamos o significado do termo soberania a partir das qualidades por nós atribuídas a Deus, da perspectiva do pensamento helenista.
Dessa forma, dizemos que que Deus é Altíssimo, Tremendo, Excelso, Todo-Poderoso, Grandioso e tantos outros atributos, sem poder compreender, na inteireza, o que isso quer dizer.
Qualquer tentativa de definir Deus e seus atributos a partir de nossa perspecti26va humana é falha, incompleta e pode nos levar a erros. O que é a Grandeza de Deus? Qual a sua dimensão, altura, largura e profundidade? Qualquer uma dessas medidas é limitada à compreensão e finitude humanas. Tentamos definir Deus pelo Seu Poder-Fazer. Ele é poderoso e tudo pode! Esse Deus rígido, distante e isolado contrasta com o Deus que é apresentado em João 3.16, o qual “amou o mundo de tal maneira, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Ao invés de tentarmos, em vão, aprisionar Deus nos predicativos que construímos, a melhor maneira de compreender Sua soberania e Sua existência consiste na maior demonstração de amor que demonstrou por nós: Dar-se a Si mesmo para nos constituir povo Seu e ovelhas de Seu pasto.
Não há maior amor que este e não há prova maior de amor que o demonstrado por Deus, na pessoa de seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, no qual todas as coisas foram feitas, as visíveis e as invisíveis (Cl 1.16). “Ele é a cabeça do Corpo, que é a Igreja; Ele é o princípio e o primogênito dentre os mortos, a fim de que em absolutamente tudo tenha a supremacia” (Cl 1.18) e sem Ele nada do que existe teria sido feito (Jo 1.3).
A Ele a glória, eternamente!
Presbítero Wertson Brasil de Souza