Se finda um tempo, inicia-se outro! O tempo é nosso aliado, ajuda-nos nas questões existenciais, nas mal resolvidas, nas dificuldades e nas realizações. Um tempo novo só será diferente se mudarmos a nós mesmos. Necessária se faz uma reforma constante.
Mudarmos? Onde? Em que área? Penso que, como prioridade, devemos lutar contra um comportamento sorrateiro que, sem alarde, tenta dominar a humanidade: o comodismo.
Muitas vezes encontramos razões de legitimidade para ele: a falta de recursos, a falta de crédito em nós mesmo, as dificuldades que são intrínsecas às mudanças e até as conquista que geram um sentimento de realização e satisfação; então, estagnamos. Estagnação, marasmo, comodismo, preguiça ou mediocridade não podem sequer fazer parte de nossos pensamentos.
Lembro-me de Jerusalém que foi completamente destruída por volta do ano 586 a.C. durante a ascensão do império babilônico, causando 141 anos de completo sofrimento, humilhação e pobreza e em apenas 52 dias seus muros foram reconstruídos pelo próprio povo com a liderança de Neemias. Uma acomodação de 141 anos na dor, na humilhação e no escárnio de outros povos.
Neemias, quando ficou ciente da real situação de seu povo, tomou algumas atitudes contra o comodismo deles: Ele Chorou e orou. Mas o choro e a oração não foram suficientes. Juntamente com o choro e com a oração; ele se moveu e pediu ajuda aos que estavam ao seu lado. Neemias não foi orgulhoso, ele sabia que sozinho não conseguiria concretizar a obra que estava em seu coração. Portanto, convocou o povo para edificar gerando responsabilidades em cada morador da cidade, em cada família, para com todo o trabalho que estava adiante. Disponibilizou armas e ânimo, mesmo diante das resistências externas, não deixou nenhum esmorecer. Concluiu! Foi até o final resistindo às adversidades e, por último, celebrou a vitória com todos, compartilhou sua conquista, festejou!
É claro que a situação de cada leitor dessa pastoral não se compara com o tamanho sofrimento do povo de Jerusalém naquela época. Mas hoje, diante de nós está a grande possibilidade de enfrentarmos o mesmo inimigo que os venceu durante 141 anos: o comodismo.
Precisamos lembrar que o mesmo povo que ficou estagnado por mais de um século, em menos de dois meses adquiriu dignidade com a ajuda de Deus e com o incentivo de uma boa liderança.
Que entremos o novo ano vencendo a comodidade, em uma reforma constante, com a certeza de que o Senhor tem cuidado de nós, nos ajuda e governa cada um de nossos dias.
N’Ele, UM FELIZ, MUITO FELIZ ANO NOVO!
Reverendo Jorge Diniz