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O que significa a criação de Adão e Eva?

Esta pergunta facilmente pode caminhar para um conflito de opiniões que não são possíveis serem conciliadas. Adão e Eva são seres históricos ou simbólicos? Os manuais de teologia sistemática tradicionais adotam o ponto de vista de que são históricos. Mas há cristãos, católicos e evangélicos, que não entendem assim. Há algumas questões teológicas que são construídas a partir da realidade histórica do primeiro casal, mas que serão discutidas posteriormente.

Há outras realidades que esta revelação das Escrituras ensinam.

O ser humano é, biologicamente falando, um animal racional (até prova em contrário, o único com esta capacidade bem desenvolvida – ainda que a racionalidade sirva, na grande maioria das vezes para concretizar o pecado), que se comunica como nenhum outro, e que é capaz de criar infinitos mundos e formas de viver (o que chamamos cultura). Isto a observação do mundo criado permite concluir, sem dificuldade.

O que o texto sagrado nos revela é que esta característica vem do Criador. Que outros animais poderiam ter sido eleitos para ter estas habilidades, mas fomos nós, seres humanos, os escolhidos. Quando o primeiro casal é milagrosamente criado, é contado para nós que Deus planeja ter conosco “uma relação de iguais”: seres que criam, que sonham, que planejam, que constroem, que trocam ideias… Por isto que é dito que a Adão coube a tarefar de dar nome aos animais; que ao primeiro casal coube a tarefa de cuidar do jardim (cuidar é avaliar o que está indo bem, e o que não está indo bem, e corrigir; é estimular as potencialidades; é descobrir as possibilidades).

Esta revelação coloca o ser humano como especial em sua relação com o Criador. Mas também revela como ele é pequeno e transitório, quando o compara a flor do campo, que hoje nasce e amanhã é lançada ao fogo. Não é este o espanto que temos quando contemplamos a criação, a imensidão inimaginável do universo?

Para a compreensão da nossa fé entender o lugar privilegiado, e a respectiva responsabilidade privilegiada, que o ser humano, homem e mulher (e não precisamos entender aqui a definição de sexos masculino e feminino, mas tão somente todos os seres humanos) têm maior significado teológico que a realidade histórica de Adão e Eva.

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