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Em busca de uma espiritualidade ecumênica – At 15.1-11

O apóstolo Paulo escreveu uma pesarosa carta aos gálatas advertindo-os contra os cristãos oriundos da seita dos fariseus, que se infiltraram no seio daquela comunidade incitando-os a circuncidarem-se. Paulo narra ainda sua ida a Jerusalém para tratar com os outros apóstolos, “os de maior influência”, este assunto que divida opiniões naquele momento. “É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés”, diziam os judaizantes.

Reuniram-se, então, os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão. No meio do debate, Pedro toma a palavra e defende os cristãos gentios, dizendo que Deus lhes concedera o Espírito Santo do mesmo modo que concedeu aos demais cristãos. Disse ainda que o próprio Deus não fazia distinção alguma entre circuncisos e incircuncisos, “purificando-lhes pela fé o coração”. Tiago, por sua vez, defende que os gentios convertidos não deveriam ser perturbados. A recomendação que Paulo recebeu ao final daquela assembleia foi: “que nos lembremos dos pobres” (Gl 2.10).

A recém-nascida Igreja enfrentou muitos problemas externos e internos. De um lado, havia judeus e romanos que perseguiam os cristãos; de outro, os próprios cristãos criaram divisões entre si, distinguindo-se uns dos outros no modo como exerciam sua espiritualidade. Antes mesmo que as diferentes interpretações da fé pudessem criar celeumas, os cristãos decidiram em favor do respeito da diversidade e da unidade. A Igreja optou por aquilo que hoje chamamos de “ecumenismo”.

A recém-nascida Igreja enfrentou muitos problemas externos e internos. De um lado, havia judeus e romanos que perseguiam os cristãos; de outro, os próprios cristãos criaram divisões entre si, distinguindo-se uns dos outros no modo como exerciam sua espiritualidade. Antes mesmo que as diferentes interpretações da fé pudessem criar celeumas, os cristãos decidiram em favor do respeito da diversidade e da unidade. A Igreja optou por aquilo que hoje chamamos de “ecumenismo”.

Foi exatamente o ecumenismo que caracterizou a fé fundante de nossa IPU. Está no DNA “ipuense” o respeito da diversidade em prol da vida em comunhão. “Ecumenismo significa caminhada juntos em Jesus Cristo. Trata-se de nos reconhecermos pecadores, salvos pela graça de Deus e na atividade do Espírito Santo, perdoar-nos mutuamente e caminharmos não como adversários, mas como irmãos em busca da obediência a Jesus Cristo, na unidade de seu corpo. Ser ecumenista é trair a Reforma? Que foi a Reforma? Foi um protesto contra a igreja que queria ter o monopólio da ação de Deus, ser dona do Espírito Santo.”, pregou o Reverendo Lemuel Cunha do Nascimento, em 23/09/1967.

O Evangelho de João narra que Jesus após cear com seus discípulos pela última vez antes de subir no madeiro, orou dizendo: “Pai santo, guarda-os em teu nome que me deste, para que sejam um como nós.”. Jesus já havia explicitado os perigos de um reino dividido entre si (Mc 3.24) e agora pedia ao Pai que os preservassem unidos.

Muitas pessoas confundem “unidade” com “uniformidade”. Ser “um” não significa ser “único”. A proposta do reino de Deus é do acolhimento de ovelhas de muitos currais (Jo 10.16), sob os cuidados do Bom Pastor. Uma vez que alcançamos a unidade em Cristo, nos tornamos um coletivo de pessoas com culturas, conhecimentos, experiências de vida e de fé distintas. A Igreja não possui uma só cor; ela é multicolor!

Neste mês que celebramos os 500 Anos da Reforma Protestante, é primaz que continuemos na busca e prática de uma espiritualidade ecumênica, que acolhe as diversas tradições cristãs e que “cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram.” (At 15.11).

Licenciado Felipe Costa

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